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O Grande Sentimento "Amor"...

O mito de Eros, o deus do Amor

   Sabemos que as lendas gregas foram transmitidas oralmente durante muitos anos, o que acarretou uma série de modificações nestas lendas, sendo que uma mesma história pode ser contada de várias formas diferentes, ou, pode por sua vez, ser interpretada de formas diferentes.
   Segundo lemos, Eros nasceu do Universo, e passou a administrá-lo, tentando fazer com que vivamos em harmonia. Isto pode ser lido na Teogonia de Hesíodo.
   No mito olimpiano, já temos outra teoria. Dizem que Eros é filho de Afrodite, deusa do Amor, e Ares. De acordo com a idéia deles, Eros é um cupido, e todo cupido é travesso, jogando flechas nas pessoas para que se enamorem. Porém Eros se enamora por Psique, sem precisar ser flechado.

Afrodite, mãe coruja, fica com ciúmes de Psique que era muito bela, e faz com que ela passe por provas terríveis. Promete tirar sua beleza, e a faz pegar uma caixa na Terra dos Mortos, onde só vagam espíritos perdidos e névoa.  Eros começa a fazer apelos para o deus maior, o coordenador dos outros deuses, Zeus, que decide libertar Psique da maldição de Afrodite.

Os filósofos gregos sempre tentaram explicar tudo pelo misticismo, como estudamos, e também podemos ver esta imagem predominante na filosofia grega. Zeus, Psique, Eros e Afrodite.

Houveram diversas discussões em “aulas filosóficas”, como as reuniões de Platão, onde foi, uma vez, discutido sobre o que seria o amor.
   Pelo texto, notamos que Aristófanes, que era muito conceituado, dizia que no início os seres eram duplos e esféricos, e os sexos seriam três. Duas metades homem, duas mulheres, e uma metade homem e outra mulher.
   Zeus teria interpretado isto como um desafio, e os separou, para que enfraquecessem. E quando os corpos se unem durante o amor, seria uma tentativa de unir os corpos como no princípio. E a convivência entre os seres seria uma tentativa de aperfeiçoamento. E a partir disto, por uma filosofia pessoal, chegamos a este relato: as almas gêmeas teriam sido formadas assim!


   O raciocínio de Sócrates é um pouco mais complicado. Ele diz que Eros representava o equilíbrio. Mais ou menos assim: Eros teria nascido da Pobreza e Riqueza. Sendo então, o termo intermediário. É como se fosse algo que quiséssemos ser. Quem é muito pobre, quer ser rico, ou ao menos de classe superior, e quem é muito rico, prefere mais tranqüilidade, talvez uma classe inferior.
   Outro exemplo: o que traz felicidade? Ter ou não Ter dinheiro? Com certeza nenhum. O melhor é estar em equilíbrio, não tendo tanto, mas tendo.


   Platão disse algo que podemos explicar assim: Os deuses, como Eros, possuem sabedoria, e por isto, não correm atrás dela. Eles são sábios. Os seres normais, humanos e ignorantes, acreditam serem sábios, e por isto não buscam sabedoria. Mas na realidade não são. E os filósofos sabem que não sabem, portanto, são a classe intermediária entre a sabedoria dos deuses, e a ignorância dos humanos.
   Platão, agora vai confirmar o que deduzimos antes, quando falávamos sobre os corpos, que inicialmente seriam esféricos. Assim teriam sido formadas as almas gêmeas. Mas ele diz que Eros é a vontade de ajudar-se por conta própria. Cada um crescer sozinho. Fazer “brotar, nascer” de dentro de nós mesmos, sem ajuda, a sabedoria plena
   Gostaria de acrescentar que Platão foi seguidor de Sócrates, portanto, tinha pensamentos iguais a ele. Sócrates foi quem afirmou que precisamos fazer brotar de nós mesmo o conhecimento, com a maiêutica.


  O encontro: a intersubjetividade

   Já vimos diversos modos diferentes de expressar uma mesma coisa, e o que não podemos negar é que todos os mitos usam Eros como algo relacionado ao amor, e sempre o incluem na busca da nossa meia parte que nos completa. Eros leva o homem a sair para procurar esta meia parte, que chamamos alma-gêmea.
Intersubjetividade é justamente isto: ir em busca do ser que nos completa.


   O ser humano pode ser caracterizado como um ser desejante, porque a força que nos leva a sair para procurar alcançar nossos objetivos que quando alcançamos uma meta traçada, encontramos muitas vezes nesta mesma meta outro objetivo.
   O ser humano é uma criatura que vive por seus objetivos. Não consegue viver sem um. E sempre estes objetivos são algo relacionado ao prazer, alegria. E seja qual for o objetivo traçado, estes dois ítens sempre estarão diretamente ligados a conquista dos ideais.


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